Avanço das técnicas cirúrgicas aumenta a segurança e efetividade na remoção dos tumores de pele.
A cirurgia é considerada padrão-ouro para o tratamento de praticamente todos os tipos de câncer de pele. A razão é simples: ela garante maior segurança e efetividade, já que o tecido removido segue para análise, permitindo verificar o tipo do tumor e se ele foi totalmente extirpado. Quando se adotam outros recursos, como terapia fotodinâmica, crioterapia e cremes tópicos, não há material para análise, pois o tecido é destruído. Consequentemente, essas terapias são reservadas apenas para alguns tumores não malenoma pequenos e superficiais.
Na retirada cirúrgica em consultório, o tecido é removido e, posteriormente, enviado para análise em um laboratório de patologia. Se o resultado indicar que o tumor não foi completamente extirpado, já necessidade de submeter o paciente a uma nova cirurgia.
As cirurgias para tumores maiores, mais complexos e que necessitem de exame de congelação, devem ser feitas preferencialmente em ambiente hospitalar. Neste caso, durante o ato cirúrgico pode ser realizado o exame de congelação, por meio do qual o patologista analisa o tecido removido e alguns pontos das margens. Se as amostras examinadas estiverem livres de células cancerosas, o cirurgião conclui o procedimento. Caso contrário, será necessário retirar mais tecido. A técnica é eficiente, mas pode falhar quando houver tumor comprometendo margens que não foram analisadas.
A cirurgia micrográfica de Mohs é uma técnica que permite a análise, também por meio de congelação, de 100% das margens do tecido removido durante o ato operatório. É feito um mapeamento e o exame meticuloso das margens para detecção precisa de células tumorais. Quando há áreas comprometidas, é realizada nova retirada e análise, até a eliminação total do tumor. A cirurgia de Mohs é considerada a mais segura e eficaz para o tratamento de diversos tumores cutâneos. Ela é indicada principalmente no tratamento dos tumores de pele aml delimitados, infiltrativos, que não foram removidos completamente e recidivados.
Portadores de tumores em áreas esteticamente importantes como nariz e pálpebras, mesmo que pequenos e bem delimitados, também pode se beneficiar da cirurgia de Mohs. Como a avaliação é mais completa, o cirurgião pode retirar menor quantidade de tecido saudável em volta do tumor, o que reduz a cicatriz cirúrgica. Essa técnica, porém, raramente é utilizada no tratamento do melanoma.
A retirada cirúrgica convencional ainda é o tratamento de escolha para boa parte dos tumores cutâneos, mas a cirurgia micrográfica de Mohs, cada vez mais empregada no Brasil, vem se somar ao leque de opções para o tratamento dos cânceres de pele, com indicações precisas para certos tipos de tumores.
Fonte: Revista Veja / Albert Einstein